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31 março 2010

Luta de base!

"Não sou só defensor dos direitos humanos, da livre expressão, do direito à greve de fome ou da liberdade para o cubano sair do país. Luto pelo aperfeiçoamento do socialismo que proclamamos há 50 anos e no qual essas premissas não existem numa contradição absurda."
Pablo Milanés; AFP; 31-03)

30 março 2010

Professores do Estado: pelo fim da ignorância!

O texto abaixo é uma resposta de Ligia Sanchez às pessoas que acham que grevistas são "vadios". Vou replicá-lo aqui porque sei que a ignorância, na maioria das vezes, não é culpa do ignorante.

Tive a sorte da oportunidade de estudar em uma boa escola, onde os professores eram bons e me ensinaram que a burguesia nunca quis educar os pobres como forma de controle social. Ter isso claro em minha mente me fez compreender muitas coisas, entre estas a atual greve dos professores do Estado.

Boa leitura!

Por Ligia Sanchez

E existe greve que não seja política?

Essa crítica de que a greve é política não a desqualifica, pois há a reivindicação de direitos legítimos dos professores. Da mesma forma, a inauguração do Rodoanel (sem terminar!!) e das pistas adicionais da Marginal também são políticas. Também são obras que atendem a necessidades do povo. Então, quem está no aparato, quem detém o poder, tem direito de tomar atos políticos, mas quem busca melhores condições de trabalho, não? Ainda mais considerando a categoria dos professores, que sabemos ter passado por um processo histórico de desvalorização.

Foi surpreendente até mesmo a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, do sábado, 27/03, considerando que este veículo apoia o governador. Em tom de denúncia, a matéria mostra claramente a orientação da polícia a usar de violência contra os professores, marca registrada do governo Serra contra qualquer tipo de manifestação popular.

Esse discurso de "trabalho versus bandalheiros" é um indício forte da desmobilização política presente em nossa sociedade. Afinal, quem está fazendo greve tem uma motivação, no mínimo, atrelada a seu trabalho. Fazer greve não significa não querer trabalhar e muito menos ter "mordomias", pelo contrário, significa buscar mais dignidade em seu trabalho.

É este tipo de posicionamento, da desmobilização política do trabalho, que contribui para a desvalorização dos professores e dá aval para o autoritarismo de um governo democraticamente eleito, duas situações que os professores estão fartos de aceitar.

22 março 2010

Os prós de nossa falta de memória

Na busca por pensar positivo, ver o lado bom das coisas e sobreviver da forma mais saudável possível aqui na cidade grande, tenho tido muitos insights.

Um, diz respeito a pensar positivo sobre a falta de memória política do cidadão brasileiro: já que não temos memória política, poderíamos esquecer o Arruda na cadeia. Que tal?

17 março 2010

Atrasados, porém Petrolíferos!

O Pré-Sal!
Enquanto os políticos discutem a divisão dos royalties,
Os ricos apóiam a individualização, para não terem que dividir depois.
Os pobres se nutrem de esperança, já que a comida é pouca,
E quem busca saber como será feita a exploração,
Como, preservação do meio-ambiente e geração de empregos,
Fica sem resposta.
Fica aqui minha posição:
Enquanto cariocas e paulistas reclamam da migração nordestina
E não fazem nada pela redução da desigualdade,
Enquanto os gringos destroem a natureza brasileira,
Quem pode fazer alguma coisa,
Está desesperado pensando em ganhar mais!
Essa discussão é cuspida e escarrada, ou esculpida em carrara, o atraso de nossa cultura política.

Dicas de ouro

Hoje, conversei com o desenhista Zé Geraldo. Liguei para marcar um encontro no Rio, na semana que vem, mas acabei conversando mais de uma hora sobre coisas da vida. Aos 85 anos, não são poucas as coisas que se tem pra falar... Entre tantas coisas, que me fizeram rir e me arrepiar, ele me indicou a leitura de Nélida Piñon. Obriagada Zé! Fez meu dia mais feliz!

Segue uma palhinha, para ler inteiro é só clicar no texto.

Colheita

"Um rosto proibido desde que crescera. Dominava as paisagens no modo ativo de agrupar frutos e os comia nas sendas minúsculas das montanhas, e ainda pela alegria com que distribuía sementes. A cada terra a sua verdade de semente, ele se dizia sorrindo. Quando se fez homem encontrou a mulher, ela sorriu, era altiva como ele, embora seu silêncio fosse de ouro, olhava-o mais do que explicava a história do universo. Esta reserva mineral o encantava e por ela unicamente passou a dividir o mundo entre amor e seus objetos. Um amor que se fazia profundo a ponto de se dedicarem a escavações, refazerem cidades submersas em lava."

15 março 2010

Os sonhadores

Hoje, eu li duas coisas que me chamaram a atenção por serem "coisas de sonhadores."

A primeira: "Jornalista denuncia plano midiático contra Lula, Dilma e o PT" foi divulgada no Portal Vermelho e diz respeito a estratégia de combate aos ataques midiáticos da direita. Sim, vamos a luta, vamos responder, vamos desmascarar a direita. Não é mais preciso pegar em armas e sim dominar a web!

A segunda: "Políticas de governança e a deseducação política", escrito por Luiz Roberto Alves, foi divulgada no site ABCD Maior e debate sobre o desafio da cultura política no Brasil.

Os textos, mais que nada, são sonhadores. E o melhor, estão mais para texto de doido do que para texto de iludido. É preciso mesmo sonhar, estimular o sonhos. Recomendo a leitura para abrir a semana!

12 março 2010

Ele se transformou em nuvem

Tem uma nuvem no céu.

Ela apareceu quando o sol se pôs e deixou seu arrebol alaranjado.

É uma nuvem comprida e sua ponta esquerda parece um rosto.

Ela vai voando, passando pelo céu da cidade, se misturando com a montanha lá atrás.

A nuvem tem um rosto, desses de desenho animado, de boca aberta, nariz comprido e arredondado.

A nuvem parece o desenho de um homem deitado, de boca aberta, sorrindo para a boca da noite.

Eu acho que se o Glauco fosse uma nuvem, ele seria essa nuvem.

Sorrindo como um desenho animado, pro eterno Céu de Maria.


Foto: Vinicius Morende

O tempo

O tempo é relativo demais para ser contado. Sorrateiro demais para ser controlado. Divino demais para ser classificado.

Quem sou eu para soltar aos ventos que ele está passando muito rápido? Se assim é, só pode ser porque tudo acontece, em um tempo, o tempo todo.


Foto: Vinicius Morende
Cemitério de Trens - Uyuni - Bolívia