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30 março 2010

Professores do Estado: pelo fim da ignorância!

O texto abaixo é uma resposta de Ligia Sanchez às pessoas que acham que grevistas são "vadios". Vou replicá-lo aqui porque sei que a ignorância, na maioria das vezes, não é culpa do ignorante.

Tive a sorte da oportunidade de estudar em uma boa escola, onde os professores eram bons e me ensinaram que a burguesia nunca quis educar os pobres como forma de controle social. Ter isso claro em minha mente me fez compreender muitas coisas, entre estas a atual greve dos professores do Estado.

Boa leitura!

Por Ligia Sanchez

E existe greve que não seja política?

Essa crítica de que a greve é política não a desqualifica, pois há a reivindicação de direitos legítimos dos professores. Da mesma forma, a inauguração do Rodoanel (sem terminar!!) e das pistas adicionais da Marginal também são políticas. Também são obras que atendem a necessidades do povo. Então, quem está no aparato, quem detém o poder, tem direito de tomar atos políticos, mas quem busca melhores condições de trabalho, não? Ainda mais considerando a categoria dos professores, que sabemos ter passado por um processo histórico de desvalorização.

Foi surpreendente até mesmo a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, do sábado, 27/03, considerando que este veículo apoia o governador. Em tom de denúncia, a matéria mostra claramente a orientação da polícia a usar de violência contra os professores, marca registrada do governo Serra contra qualquer tipo de manifestação popular.

Esse discurso de "trabalho versus bandalheiros" é um indício forte da desmobilização política presente em nossa sociedade. Afinal, quem está fazendo greve tem uma motivação, no mínimo, atrelada a seu trabalho. Fazer greve não significa não querer trabalhar e muito menos ter "mordomias", pelo contrário, significa buscar mais dignidade em seu trabalho.

É este tipo de posicionamento, da desmobilização política do trabalho, que contribui para a desvalorização dos professores e dá aval para o autoritarismo de um governo democraticamente eleito, duas situações que os professores estão fartos de aceitar.

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