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31 maio 2013

O tempo das escolhas

Menino no pau de sebo - São João de Mirorós (2008).



Tem um tempo pra cada um até que as escolhas mostrem as paisagens na estrada da vida com alguma nitidez. Não se trata do fim, mas do rascunho.

No começo, o livre arbítrio insurge com quem nos cuida. Com o tempo, conquistam-se algumas escolhas. 

Mas a guerra ainda é grande, com todos os condicionamentos que cercam uma mente em formação fecunda.
Inda que o tudo exerça uma pressão contínua, o instinto pessoal a toda hora se revela, às vezes ferozmente, mas no passar das horas com sutileza.

São os momentos de cada escolha. O que nos move ou nos estanca. Sementes, que depois de longas jornadas encontram um chão, são as escolhas.

Por vezes, frutificam àquelas que caem aos pés de sua própria planta. O que não implica na redução da jornada. Acontece que o chão ao alcance às vezes não tem forças para viver uma nova planta, e a semente ali vai esperar.

As sementes no chão são as escolhas. Que hora se colocam a brotar. “A gente colhe aquilo que a gente planta!”. E vive a primavera das escolhas.

As escolhas, depois de incubadas, tornam-se quadros reais. Felicidades, tristezas, inércias. A escolha é uma luta assumida, uma batalha ganha, outra perdida. A queda de braço e a divisão da medida.

O sentir é o tempo das escolhas. A saudade do que não se possui e a alegria do que se deleita. A vida no fim das estações.

Não é o fim dos tempos, vem sempre e ainda um novo ciclo. Em espiral, tudo que se elegeu, esteja em fruto ou em semente, faz o que vem depois do tempo, o tempo das novas escolhas. 

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